Motivos de interesse e valores turísticos:
Moncarapacho, terra de aspeto franco e alegre possuimonumentos religiosos de elevado valor sociocultural, monumentos modestos, casas de residência brasonadas de algumas famílias nobres, festas religiosas e profanas, romarias, mercados, montes, miradouros naturais, e muito rico do ponto de vista agrícola com vastas plantações de amendoeiras, alfarrobeiras, figueiras, oliveiras, pomares de citrinos, bem como de floricultura.
O Cerro de S. Miguel
As palavras do Padre João Baptista de Castro descrevem-nos o Monte de S. Miguel com inigualável expressividade: «Monte do Figo. No Algarve junto do lugar de Moncarapacho existe esta montanha meia légua distante para o Norte. É de áspera subida em que se gastam algumas horas por ter quase um quarto de légua.»
O Cerro de São Miguel ou Monte do Figo encontra-se situado na zona central do Algarve a 411 metros acima do nível do mar.
O Cerro de São Miguel é considerado o melhor miradouro do Sul do País e um elemento da maior importância para o turismo algarvio. Marcante pela sua penetrante simplicidade visual aliada a uma riqueza natural incalculável: «Em cima tem uma admirável planície com muitas águas, árvores de todas as castas silvestres e frutíferas. Sobre a planície se levanta outro monte, a que se sobe com maior dificuldade, e no cumo está uma cruz, e uma cova donde se tira muita terra por devoção e para remédio de várias enfermidades.»
Sítio poético e mitológico, o Cerro de São Miguel foi também considerado uma referência para a navegação como uma espécie de Olimpo.Os Gregos chamavam-lhe Montanha Sagrada ou Monte Zéfiro (deus do vento oeste, que os levava para casa...).
A tradição local afirma que após a Reconquista do Algarve aos Mouros o Arcanjo S. Miguel passou a ter culto no Cerro: «… afirmam que aparecera ali o Arcanjo S. Miguel e é venerado numa Ermida do seu nome, que por este motivo os fiéis edificaram. É este monte o primeiro que avistam os navegantes que vêm das Índias de Castela.»
Fonte: «O Cerro de S. Miguel», J. Fernandes Mascarenhas, 1969
Motivos de interesse: este cerro é um verdadeiro miradouro do Algarve. Beneficia de um panorama admirável desde Albufeira até terras de Espanha. No tempo das amendoeiras em flor as vistas são ainda mais deslumbrantes. Possui acessos facilitados com uma estrada alcatroada.
Ermida de São Miguel
Apresenta vistas belas sobre o panorama natural do Barrocal algarvio. Habitualmente abre nos terceiros domingos do mês pela 17h para a celebração da Eucaristia, sendo também lugar de celebração da Missa do Galo.
Cerro da Cabeça
O Cerro da Cabeça constitui património natural da freguesia de Moncarapacho. Antigamente era propriedade privada de um particular que nos anos 60 foi transmitida para a esfera jurídica da Santa Casa da Misericórdia de Moncarapacho. Neste local são conhecidas umas grutas que perfuram o subsolo mas que não se encontram abertas ao público, bem como um miradouro construído pelo particular que detinha a propriedade do local anteriormente.
Motivos de interesse com relevância local:
A tradição dos passeios na segunda-feira de Páscoa. Em especial durante os anos 60 e 70 era habitual os patrões locais concederem aos seus trabalhadores a segunda-feira de Páscoa. Nesse dia as famílias, pela tarde, aproveitavam para ir comer o folar de páscoa à sombra das árvores no miradouro do Cerro da Cabeça. Nos 80 a tradição decaiu muito e atualmente apresenta uma expressividade muito diminuta apesar de Junta de Freguesia se esforçar por manter a tradição através da organização de um Baile Tradicional.
Podem admirar-se as grutas: o abismo, as ladroeiras, grande e pequena, a gruta da Senhora, em homenagem à benemérita que doou o cerro à Misericórdia e uma enorme pedra designada pequeno corvo - com estalactites e estalagmites de calcário.
Igreja Matriz de Moncarapacho
Trata-se da obra mais importante de todo o Concelho de Olhão. Uma simples capela romano gótica edificada em honra da Santa Maria da Graça, padroeira de Moncarapacho, tornou-se um ex libris do património arquitetónico moncarapachense graças à sua inigualável diversidade histórico-artística fruto do fervor religioso dos seus habitantes e do próprio decorrer dos tempos.
A Igreja Matriz apresenta-se com três naves e um magnífico pórtico da renascença imbricado com vestígios de elementos arquitetónicos da época gótica. É um templo de beleza escultórica e sentido religioso, sobretudo o seu famoso pórtico renascentista.
Motivos de interesse: Pórtico renascentista; Portal gótico (lado norte); Capela romano-gótica; Capela gótica; Arco triunfal renascentista; Coluna e arcada renascentista;
Igreja da Misericórdia
Edificada no século XVI podem admirar-se as seis telas de pintura dos finais do século XVI nas quais estão representadas cenas da vida de Cristo, bem como os belos azulejos azuis e brancos invocativos das obras da misericórdia.
Ermida de Santo Cristo e Museu Paroquial
Das Igrejas existente na freguesia de Moncarapacho a Ermida de Santo Cristo é a única que dispõe de uma data precisa da sua edificação, data de 1632.
Pensa-se que aquele local possuía uma influência mística e sobrenatural oferecendo Cristo cruxificado saúde aos enfermos. Conta a lenda que ali existia um alpendre com um cruxifixo que foi visitado por um homem paralítico que viu sobre ele recair o milagre da cura das suas malezas físicas. Apesar de não ser um facto comprovado, a verdade é que, movidos pela crença no Santo Cristo aquele lugar passou a ser uma referência religiosa importante para as gentes do Algarve, do Alentejo e mesmo da Andaluzia que até ele peregrinavam como lugar de encontro com Deus.
Apresenta uma característica interessante é estar forrada com azulejos policromados de tapete ou padrão.
Pode ler a história da Capela do Senhor Santo Cristo, escrita por Conceição Pires e publicada n' A Voz de Olhão no dia 1 de fevereiro de 2017, clicando em cima da seguinte imagem:
Motivos de interesse: Revestimentos interiores da capela em azulejos policromados do século XVII; um retábulo com dois painéis, um sobre o nascimento de Cristo e o outro sobre a adoração dos Reis Magos do Oriente; uma imagem com um pequeno cruxifixo do século XVII de madeira; o gradeamento em pau-santo do Museu Paroquial;
Igreja de Nossa Senhora do Pé da Cruz –é possível admirar uma linda imagem em honra de Nossa Senhora do Pé da Cruz, obra do século XVIII.
Igreja de São Francisco da Ordem Terceira - foi a primeira igreja profanada da freguesia de Moncarapacho no contexto da extinção das Ordens Religiosas e da secularização dos seus bens incorporados na Fazenda Nacional. Foi o que sucedeu com a Ordem Terceira de São Francisco em 1834 que viu os seus bens nacionalizados, em consequência a Igreja de São Francisco foi vendida em hasta pública e adquirida por um particular da freguesia. Hoje funciona como casa comercial e deixou de ser lugar de culto.
Na Ermida ou Igreja de S. Sebastião dos Matinhos situa-se em Bias-Norte. No primeiro domingo seguinte às celebrações da Páscoa tem lugar uma procissão/romaria anual muito conhecida em honra do santo que dá nome à Igreja. A tradição local afirma que a motivação para a construção da Ermida decorre das tentativas de trazer a imagem para Moncarapacho mas que saíam sempre frustradas porque ele sempre “fugia” para o local onde agora se encontra esta Ermida. Perante esta situação os moncarapachenses interpretaram que o Santo pedia que se erigisse uma Igreja/Ermida, a qual acabou por ser edificada no ano de 1713, segundo a data que está gravada na porta principal da Ermida.
O Carnaval de Moncarapacho
Moncarapacho é atualmente e desde inícios do séc. XX conhecida por manter festejos de Carnaval.
As festas profanas e paródias do Carnaval de Moncarapacho são muito conhecidas por toda a região algarvia e constituem um importante valor sociocultural da Freguesia.
Trata-se de um evento local muito antigo que se mantem nos dias de hoje e que ao longo dos tempos tem evoluído. Nos primeiros tempos haviam os mascarados que percorriam as ruas da aldeia e à noite iam aos bailes aos «salões» e pelas ruas, sobretudo no Domingo Gordo, segunda-feira e dia de entrudo (terça-feira de Carnaval) surgiam as estudantinas constituídas por jovens e pessoas de idade cantando alguns versos, bem como a secular banda de Moncarapacho a animar as povoações com os seus trajes e cantares, ao som de instrumentos de corda, pandeiretas e castanholas.
Disfarces nas ruas, bailes de máscaras em grandes salões decorados com serpentinas e o tradicional corso do Carnaval de Moncarapacho revelam o seu cunho elegante, artístico e criativo.
A Junta de Freguesia assumiu a organização do evento, bem como a Santa Casa da Misericórdia também apoia colocando à disposição da Comissão das Festas um armazém para a ornamentação de alguns carros do corso carnavalesco.
Casa Museu Dr. José Fernandes Mascarenhas
Morada: Rua 5 de Outubro, n.º47
Moncarapacho
Horário: todas as terças e quintas e 1º sábado de cada mês, das 10h até às 13h
Aceitam-se marcações para escolas e instituições de apoio à infância e terceira idade.
Telefone: 289 792 478
Coordenação e Investigação: Dr. Idalécio Soares
A Casa Museu Dr. José Fernandes Mascarenhas situada no centro da vila algarvia de Moncarapacho constitui a recordação evocativa da vida e obra do Dr. José Fernandes Mascarenhas. Cidadão convicto e cordial, de traços conservadores e muito religioso teve um percurso de vida multifacetado dedicando-se criteriosa e intensamente a sua vida à investigação e à História. Autor de uma vasta obra publicada, livros e jornais, sobre temas algarvios, designadamente os relacionados com o património histórico, artístico e cultural da freguesia de Moncarapacho, contribuiu ativamente para o avanço do conhecimento da História, Arqueologia, História de Arte e Etnografia da região do Algarve.
A demonstração do seu carinho e apreço pela freguesia onde era natural evidencia-se quando, no fim da sua vida, doou em Testamento, à Santa Casa da Misericórdia de Moncarapacho, da qual foi Provedor entre os anos 1979 e 2000, a sua casa e o seu espólio histórico, etnográfico, bibliográfico e pessoal para que fosse preservado, estudado e divulgado de modo a promover valores socioculturais de interesse público, localmente situados, designadamente a defesa e valorização do património histórico, artístico e cultural da freguesia de Moncarapacho. Intensamente dedicada à investigação e História sobretudo aos temas algarvios, designadamente os relacionados com o património histórico, artístico e cultural da freguesia de Moncarapacho.
A Casa Museu concretizou-se quatro anos após a sua morte tendo sido inaugurada em 23 de maio de 2009.
No seu interior, atualmente, podemos encontrar duas exposições permanentes:
- Exposição evocativa da «Vida e Obra do Dr. José Fernandes Mascarenhas». A exposição está organizada em três núcleos: 1. As raízes; 2. A Paixão pela História; 3. Entre Moçambique e Moncarapacho.
- Exposição «Antigamente era assim» - recria a casa rural algarvia em meados do século passado.
Outras exposições temporárias são organizadas ao longo do ano, como por exemplo, a Exposição «Natal de Antigamente» realizada em 2014, inspirada no livro do Dr. José Fernandes Mascarenhas, «As Festas do Natal, Ano Novo e Reis no Algarve», Separata do Jornal «O Povo Algarvio», Tavira, 1965;
Este é um espaço de inegável valor cultural em Moncarapacho, um autêntico guardião dos valores socioculturais algarvios que merece incansável valorização.
Mercados
Numa terra de grande riqueza agrícola e pecuária tem lugar a Feira Anual e o Mercado Mensal, no primeiro domingo do mês, nos quais se realizam muito boas transações e onde se verifica uma grande afluência de vendedores dos mais variados produtos de consumo e compradores da freguesia, bem como oriundos das freguesias limítrofes e outras distantes.
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